terça-feira, dezembro 07, 2010

Quem somos


muitas vezes nos perguntamos
se somos o reflexo do sentimento
se somos aquilo que pensamos
ou a vontade de outro no momento

quem nos vê forma uma imagem
padrão, segundo a sua experiência
somos sempre julgados por alguém
que não conhece a nossa existência

para de alguém se ter opinião
temos que saborear suas lágrimas
ser seu sorriso, suas palavras

deixar de justificar a nossa razão
não julgar se não o conhecemos
saber ouvir para o compreendermos


segunda-feira, novembro 29, 2010

Porto de abrigo



soneto feito de palavras perdidas
que em teu olhar consegui decifrar
palavras lavadas pelas lágrimas
de ilusões antigas de outro amar

és jangada que navega no turbilhão
das ondas, sem porto onde ancorar
como palavras na solidão da prisão
de um soneto sem vontade de rimar

onde existe esse porto de abrigo
que nós sonhamos um dia encontrar
será ilusão esse porto que persigo

um abrigo seguro, em quem confiar
conheço um, só ele te irá proteger
tu, a tua força, o teu querer viver


quarta-feira, novembro 24, 2010

me querer saber



sou eu na minha vertente
de nas palavras me perder
onde posso me sentir ausente
na vontade de me querer saber

entre o pensar e o olhar
onde a palavra sabe dizer
sou escrita que quer rimar
na vontade de me querer saber

vejo-me na espuma do mar
correr na crista e me perder
cada salpico é verso a rimar
na vontade de me querer saber

sou inventor de loucuras
para na sanidade poder viver
viajante das ruas escuras
na vontade de me querer saber

quem me sabe, nem eu sei
mas de mim gostava de saber
neste meu caminho eu andei
na vontade de me querer saber


terça-feira, novembro 23, 2010

Memorias escondidas



na escuridão de sonhos repetidos
existem memorias que se repetem
na sua escuridão escondidos
sem saberem que se escondem

se não acordar, não adormeço
e querer, queria adormecer
sem as memorias não me conheço
o meu sonho queria conhecer

querer sonhar é fazer acontecer
pegar nas memorias escondidas
com elas um futuro poder tecer

se nos meus medos as esconder
ficarão para sempre perdidas
ficarei na escuridão sem viver



segunda-feira, novembro 22, 2010

Viagem no tempo




viajo por tempos que não os meus
na imensidão do desconhecido
raros momentos, sem ser adeus
são vontades de estar perdido

sou tudo aquilo que uma mente
constrói, imagens feitas de nuvens
e o tempo transforma em presente
sem saber os faço meus reféns

onde estão os meus pensamentos
essas imagens de vento soprado
no ar se equilibram, sem passado

um tempo, um espaço, uma imagem
que comigo partilha momentos
nós juntos perdidos numa viagem

domingo, novembro 21, 2010

O rasto da chegada



não se parte nem se chega
existimos no presente
sem rumo se navega
se segue sempre em frente

e o caminho me levou
de volta a este espaço
muito tempo se passou
desde o ultimo abraço

agora a quem aqui vier
vou deixar um aviso
seja bem vindo se trouxer
um beijo e um sorriso