quarta-feira, março 25, 2015

Um dia


Um dia, eu parti de repente
Sem olhar sequer para os lados
Segui o meu caminho, fui em frente.
Com os momentos todos guardados

E fui por ai respirar outro ar
O sol me aqueceu e iluminou
Só parei quando olhei e vi o mar
Só olhei quando o vento me tocou

E no meio de um nada silencioso
Me deitei e sem um abraço adormeci
Era estranho o momento, mas grandioso
O poder estar sozinho, sem ti

Nada de nada ouso neste momento
Só eu e meus passos por companhia
Tudo o resto virá com o mar e o vento
Todos os meus sonhos serão, um dia

segunda-feira, março 23, 2015

Réstia de mim


O dia se fez noite
sem o luar que me iluminava e me seduzia.
Sem a esperança que um sonho me entregou,
E onde as fantasias embarcavam em viagens sem fim

O dia se fez noite
E eu na minha escuridão repleta de fantasmas
Absorvia aquela réstia de luz que surgia
Em cada olhar, em cada passo na calçada

O dia se fez noite
E o caminho que outrora me conduzia
Se esconde nas esquinas e no silencio
E me deixa só comigo onde não quero estar

O dia se faz noite
Inconsciente me deito, a noite me cobre e consola
E o chão negro e frio se entranham em mim

Sou eu que não sou eu, sou só mais um

terça-feira, março 17, 2015

Ondas imaginárias


Viajo em ondas imaginárias
que se perdem na lentidão
de um tempo
sem fim anunciado

percorro o infinito na procura
dos segundos que me faltam
na esperança de encontrar
tudo o que sou e não fui

onde pus o tempo que passou
que ecos de mim encontrarei
que desertos de areia solta
terei que atravessar
sem as marcas do meu andar
se terem perpetuado

na volatilidade do tempo
os segundos passam
as horas não chegam
e o sonho aparece
desafiando a saudade
desse dia que amanha chegará